Após
está primeira etapa, comecei a segunda etapa, com o objetivo de que meus alunos
tenham uma aprendizagem significativa, com a perda dos conceitos espontâneos. Para
isto utilizei uma sequência didática desenvolvidas por Gicoreano, J.P. e Pacca, J.L.A (2001), para que a partir deste momento os alunos possam
entender leis de reflexão e refração, a formação de imagem com espelhos e
lentes, bem como chegar às construções da óptica geométrica, sem perder o
significado dos procedimentos e a compreensão da natureza da luz e do processo
de visão.
Segundo
o autor as atividades no desenvolvimento do curso, contemplarão aspectos como:
modelo de propagação da luz e do processo de visão (incluindo-se aí o
funcionamento, a função do olho do observador); objetos que interferem na
propagação da luz; fenômenos de desvios da trajetória da luz, e o estudo de alguns
objetos ópticos específicos.
O
curso desenvolvido por Gicoreano, J.P. e
Pacca, J.L.A (2001), exige um teste diagnóstico, o qual já foi feito. O
desenvolvimento, pede-se que se confronte os conceitos espontâneos dos alunos
como os conceitos científicos, esta técnica é semelhante a descrita por Kuhn
(2003), na faze da revolução cientifica onde basicamente, as atividades no
período de ciência normal consiste da manipulação de teorias levando a
predições que possam ser confrontadas diretamente com experiência, e do
desenvolvimento de equipamentos para a verificação de predições teóricas. Ou
seja, assim como no caso descrito por Kuhn, o aluno desenvolve uma série de
teorias onde tenta explicar o fenômeno visto por ele.
A teoria
proposta nas atividades é causar um desconforto nas teorias espontâneas dos
alunos assim como ocorre nos períodos, nos quais a ciência normal fracassa em produzir
os resultados esperados. Assim, os problemas, ao invés de serem encarados como quebra-cabeças,
passam a ser considerados como anomalias, gerando um estado de crise na área de
pesquisa.
As atividades pedem que anteriormente seja feita uma
formalização, ou seja, seja passado um conteúdo de uma forma formal, o que
também pode ser considerado feito através das aulas habituais.
Desta forma, comecei a desenvolver as atividades da
maneira descrita por Gicoreano, J.P. e Pacca, J.L.A. A primeira atividade,
efetivamente é uma experiência simples onde se coloca os alunos em uma sala
escura, e depois é realizado uma discussão, para que os alunos tentem explicar
a maneira com que se enxergar, ou seja, se necessita ou não da luz para se
enxergar. Logicamente sempre aparecem as resistências, para alguns é realmente
possível enxergar no escuro, este fato é normal e também esperado, pois assim
como o cientista normal, o aluno muitas vezes resiste e a resistência prevalece
sobre as evidências de uma experiência.
Segunda atividade, o tuboscópio. Nesta experiência é
chamada a atenção para a luz (propagação, independência, reflexão), a formação
da imagem (e a ilusão sofrida pela pessoa) e apresentação formal das leis e
conceitos associados à reflexão. Exemplos de concepções e do que acontece na
prática. Esse momento em que as concepções espontâneas dos alunos sofrem um
confronto intenso com a prática, pois esta sendo trabalhados a questão da
propagação da luz e os efeitos do desvio da luz, antes de atingir o olho:
direta (sem desvio) e indireta (reflexão) desta forma, será neste momento o
ideal para o estudo da reflexão, suas regras e a questão da formação de
imagens, destacando e associando de forma coerente a questão geométrica e o
efeito fisiológico/psicológico da luz entrando no olho, neste momento foi interessante
estudar a anatomia e fisiologia do olho que funciona como detector de luz.
A terceira atividade é chamada pescaria e tem como
objetivo proporcionar um conflito com a ideia de raio visual e a visão ativa do
olho; analisando os desvios que a luz sofre em certas condições, relacionando
também com a reflexão. Neste momento será analisada a refração e reflexão com
enfoque no caminho e desvio da luz.
Com este experimento criamos vários conflitos nos
conceitos ligados ao desvio da luz ao mudar de meio e a reflexão. Estes
conceitos têm como base os conceitos espontâneos, que a luz ao bater na água, ajuda
a refletir o objeto colocado no fundo da água; a água daria um reflexo e objetos
colocados no fundo da água, aumentaria de tamanho; a água mostra o objeto; a
água reflete o objeto mais para cima, permitindo que a pessoa veja.
Acontece muitas vezes com está experiência que
conceitos ligados à refração (a imagem é ampliada ou distorcida), poderão ser
associados a reflexão. Devido ao fato de podermos ver imagens refletidas pela
superfície da água e a própria situação, proposta pelo experimento, lembra a
reflexão e não é fácil para o aluno perceber que neste caso há uma diferença,
com dois meios de propagação separados (água e ar) entre o objeto e o olho.
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