segunda-feira, 24 de junho de 2013

Conceitos espontâneos

CONCEITOS ESPONTÂNEOS  
Outra parte importante da obra a se definir seriam os conceitos espontâneos, seus estudos e definições. Antes da década de 70 não é possível encontrar muitos estudos sobre este assunto, logo, antes disto não era dada muita importância ao erro e sim somente aos acertos, logicamente não estavam preocupados como as ideias que os alunos apresentavam, ou seja, a maneira em que chegava a um determinado resultado e somente se este resultado estava certo ou errado, está inquietação segundo Mortimer (1996), começa a ganhar destaque com Driver & Easley (1978), num artigo considerado como um marco desse movimento criticavam a excessiva ênfase ao desenvolvimento de estruturas lógicas subjacentes, o que teria levado Piaget a não dar importância à rica variedade de ideias apresentadas pelas crianças. Estas ideias podem ser verificadas, com uma criança, a partir do momento que começa a falar, a criança tem uma explicação para o mundo, e se muitas vezes ela faz uma pergunta, já é esperando uma determinada resposta que ela pode aceitar como verdadeira dependendo da fonte que lhe fornece a resposta.
Entretanto, estudos desenvolvidos por pesquisadores a partir de então, tem levado a conclusão que existem conceitos que são desenvolvidos pelos alunos que tem como origem o ambiente em que o aluno está inserido, e estes conceitos apresentam grande resistência a mudanças. Desta forma podemos definir as Concepções Espontâneas como conceitos desenvolvidos naturalmente pelo ser humano como o objetivo de explicar os fenômenos apresentados pela natureza, de tal forma que não tenham relação com o ensino formal, ou seja, são aprendidos com experiências diárias pessoais. Normalmente estes conceitos tem sua origem na infância, como dito antes, e são desenvolvidos de dentro para fora através de experiências e contatos com objetos ou situações do cotidiano. Logo se os Conceitos espontâneos tem sua origem em uma fase tão imatura e perdura por tanto tempo, a educação tem cometido falhas ao desenvolver na criança os conceitos científicos. Logicamente durante todo este tempo tem se desenvolvido estratégias de ensino com base nestes estudos. Desta forma podemos fazer a seguinte estruturação.


Logo objetivo desse trabalho, pode ser também em certo momento o contribuir para o entendimento do processo de mudança conceitual, de tal maneira como os estudantes enfrentam um desafio às suas concepções através da observação de um fato anômalo. Logo através deste trabalho, pesquisarei, como a aprendizagem influencia no conjunto de concepções dos alunos. Para isso pretendemos responder à seguinte questão: o que acontece quando o aluno é confrontado com uma observação que contraria as suas concepções ou teorias intuitivas, e como ele reage ao desafio que essa observação coloca ao seu modelo explicativo. Apresentando um modelo de mudança conceitual que, sendo simples e fácil de ser utilizado pelo professor em sala de aula, pode ser útil para a análise do processo das mudanças conceituais que os alunos realizam em interações de sala de aula.





terça-feira, 18 de junho de 2013

THOMAS KUHN

A OBRA DE THOMAS KUHN

Como dito anteriormente na minha ultima postagem, este trabalho tem como objetivo fazer uma relação entre o conceito de revolução cientifica tal como proposto por Kuhn (2003) e os conceitos alternativos que os alunos apresentam no desenvolvimento do ensino médio. Farei, assim, uma pequena síntese do trabalho de Kuhn para melhor compreender a relação entre a revolução cientifica de Kuhn e as concepções espontâneas apresentado em sala de aula.
Segundo Kuhn o cientista a princípio prática a ciência normal. Esta ciência normal é baseada em pesquisas e em realizações científicas passadas. Essas realizações são reconhecidas durante algum tempo por alguma comunidade científica especifica como proporcionando os fundamentos para sua prática posterior. Kuhn (2003, p.29).

Exemplos de ciência normal são a A Física de Aristóteles, o Almagesto de Ptolomeu, os Principia e a Óptica de Newton, a Eletricidade de Franklin, a Química de Lavoisier e a Geologia de LyeJl esses e muitos outros trabalhos serviram, por algum tempo. Ou seja, a ciência normal tem um prazo de validade e este prazo de validade depende de quão competente ela é para resolver os problemas para ela apresentados.
Segundo Kuhn (2003), paradigma é um conjunto de ideias que se perpetuam durante um determinado tempo em uma comunidade cientifica, estas ideias se estabelecem da seguinte forma: existe uma fase chamada de pré-paradigma nesta fase o paradigma é examinado e testados por toda a comunidade cientifica. Esta é uma parte importante para a constituição da ciência normal, pois, após o período de testes, o paradigma é totalmente aceito e não se discute mais. Então sempre que houver alguma decisão sobre qualquer assunto este paradigma deverá ser consultado, como Kuhn (2003) deixa claro:
Ao empreendê-la, o historiador deve comparar entre si os paradigmas da comunidade e em seguida compará-los com os relatórios de pesquisa habituais do grupo. Com isso o historiador visa descobrir que elementos isoláveis, explícitos ou implícitos, os membros dessa comunidade podem ter abstraído de seus paradigmas mais globais, empregando-os depois em suas pesquisas. Quem quer que tenha tentado descrever ou analisar a evolução de uma tradição científica particular terá necessariamente procurado esse gênero de princípios e regras aceitos. Kuhn(2003: p 68).

Desta forma, depois que termina o teste em nenhum momento posterior o cientista contesta o paradigma. Sempre que surge alguma duvida ele procura encaixar o seu experimento a um paradigma existente, mesmo que este não seja uma unanimidade.
A falta de uma interpretação padronizada ou de uma redução a regras que goze de unanimidade não impede que um paradigma oriente a pesquisa. Kuhn(2003: p.69).
Ao lado existe uma bela representação do é um paradigma, mas voltando a Thomas Kuhn.
 Nesta fase o paradigma cresce graças a influencia criada por jornais, revistas e livros especializados, sociedade profissional, disciplinas curriculares, manuais. Assim a ciência normal se fortalece criando uma série de regras, de tal forma que não existe mais, em determinado momento, o debate sobre as soluções encontradas, somente as aceitam-se.
Os cientistas trabalham a partir de modelos adquiridos através da educação ou da literatura a que são expostos subsequentemente, muitas vezes sem conhecer ou precisar conhecer quais as características que proporcionaram o status de paradigma comunitário a esses modelos. Kuhn (2003: p. 67).
Depois de se estabelecer, a ciência normal está baseada na pesquisa normal. A pesquisa normal tenta fazer previsões com base na ciência normal e fazer novas aplicações para a ciência normal. Com isto ela cria um grande sistema de coleta de dados, como uma série de medidas, que são comparadas com a teoria, fortalecendo o paradigma. Caso estas medidas não estiverem de acordo, são descartadas ou postas de lado. Esta é a forma mais comum de resolução dos problemas referentes ao paradigma.
A ciência normal ,segundo Kuhn(2003), oferece problemas com solução possível, motivando o pesquisador e evitando problemas muito complexos. Por este motivo, a ciência normal é capaz de crescer e se estabelecer. Fazendo uma análise, percebe-se que a ciência normal tem como principal objetivo confirmar suas próprias teorias e não testá-la em novos campos científicos. Assim, o efeito acumulativo é enorme, desta forma a ciência normal se preocupa em resolver alguns problemas. Entretanto, alguns fenômenos que não se encaixam no paradigma dominante são descobertos periodicamente pela pesquisa científica.
A ciência normal, atividade que consiste em solucionar quebra-cabeças, é um empreendimento altamente cumulativo, extremamente bem sucedido no que toca ao seu objetivo, a ampliação contínua do alcance e da precisão do conhecimento científico. Em todos esses aspectos, ela se adéqua com grande precisão à imagem habitual do trabalho científico. Kuhn (2003, p77).
Os fenômenos não explicados pelo paradigma em voga são conhecidos como anomalias, são deixados de lado pela comunidade cientifica. Entretanto, em determinado momento ocorre um avanço devido a algumas mudanças em procedimentos causados principalmente pelo fracasso de regras já existentes. Desta forma se faz necessária a existência de novas regras.
Tal avanço somente foi possível porque algumas crenças ou procedimentos anteriormente aceitos foram descartados e, simultaneamente, substituídos por outros. Kuhn(2003, p 93).
Para que ocorra o surgimento de novas regras, o paradigma percorre o seguinte caminho: primeiramente constata-se uma discrepância entre teoria e realidade, que Kuhn(2003) chama de anomalia. Para tentar corrigir está anomalia, o cientista normal tenta fazer um ajuste ou correção. Se conseguir o paradigma continua soberano. Se os ajustes não forem satisfatórios, ocorre neste momento a proliferação de teorias competidoras, este período é conhecido como período de crise. Neste período é um momento crucial, pois é marcado pelo questionamento da teoria predominante.
A emergência de novas teorias é geralmente precedida por um período de insegurança profissional renunciada, pois exige a destruição em larga escala de paradigmas e grandes alterações nos problemas e técnicas da ciência normal. Kuhn(2003, p95).
Uma teoria concorrente surge em meio a várias outras. Então, na medida em que a crise se aprofunda, muitos desses indivíduos comprometem-se com alguma teoria para a reconstrução da parte da ciência atingida.
Tornando-se uma sociedade cientifica dividida, alguns cientistas procurando defender a velha ciência normal e outros tentando estabelecer uma nova ciência é a revolução científica. Kuhn (2003) faz um paralelo entre revoluções políticas e revoluções científicas, afirmando que aparece um sentimento crescente, restrito a um grupo da comunidade, de que as instituições, no caso das revoluções políticas, ou os paradigmas, no caso das revoluções científicas, deixaram de funcionar adequadamente. Ainda comparando revoluções políticas e científicas, Kuhn afirma que elas podem ser localizadas.
As revoluções políticas e científicas, em um caso e em outro, visam realizar mudanças, que são proibidas pelas instituições, no caso político, ou pelos paradigmas, no caso das ciências. A importância da crise se deve ao fato de que os membros da comunidade são levados a escolher novas instituições ou paradigmas, usando como meio de ação a força ou a persuasão.

Após reprovar o velho paradigma, e tudo que está ligado a ele, e escolher um novo paradigma a comunidade cientifica começa mais uma vez a produzir todo o material cientifico necessária para a solidificação do novo paradigma. Logicamente este novo paradigma deve dar conta da anomalia que gerou a crise assim como todos os fenômenos que o antigo paradigma era capaz de resolver. Novo paradigma assume desta forma, o status de ciência normal.  E segundo Kuhn(2003) o resultado final é uma sequencia de seleções revolucionárias, separadas por períodos de pesquisa normal, é o conjunto de instrumentos notavelmente ajustados que chamamos de conhecimento científico moderno. Se fossemos fazer um resumo do trabalho de Kuhn através de um fluxograma poderíamos fazer através da figura.